Os Buracos Negros ficaram ainda mais misteriosos, mas muito mais compreensíveis.
Essencialmente,
os cientistas teorizam que os Buracos Negros são como hologramas, nos
quais toda a informação para produzir uma imagem tridimensional é
codificada em uma superfície bidimensional. Isso de acordo com uma nova
pesquisa que liga duas teorias discordantes, publicada na Physical Review X.
Como
as teorias quânticas comandam, os buracos negros podem ser
incrivelmente complexos e concentrar uma quantidade enorme de
informações em duas dimensões, de maneira semelhante aos maiores discos
rígidos existentes hoje.
Essa ideia precisa se alinha à teoria da
relatividade de Einstein, que descreve os buracos negros como
tridimensionais, simples, esféricos e suaves, algo que realmente
conseguimos ver quando os astrônomos publicaram a primeira imagem de um buraco negro, em 2019.
Em outras palavras, os buracos negros parecem ser tridimensionais, assim como os hologramas.
Para
os astrofísicos, os buracos negros apresentam desafios teóricos árduos
por várias razões. Eles são, por um lado, excelentes representantes dos
grandes paradoxos da física teórica ao combinarem os princípios da
teoria geral da relatividade de Einstein com os da física quântica da
gravidade.
Segundo a teoria atual, os buracos negros são corpos
simples, sem informação. De acordo com a física quântica, como
teorizaram Jacob Bekenstein e Stephen Hawking, são os sistemas
existentes mais complexos conhecidos no universo, porque são
caracterizados por uma enorme entropia, que mede a complexidade de um
sistema e, consequentemente, contém muita informação.
Para
estudarem os buracos negros, os dois autores do novo estudo, Francesco
Benini e Paolo Milan – cientistas da SISSA (Escola Internacional de
Estudos Avançados) e do INFN (Instituto Nazionale de Fisica Nucleare) – usaram uma ideia estabelecida há 30 anos chamada de princípio holográfico.
Nos
novos estudos, os pesquisadores explicaram que esse princípio inovador e
um tanto contra-intuitivo propõe que o comportamento da gravidade em
uma determinada região do espaço possa ser alternativamente expresso em
termos de um sistema complexo, que vive apenas ao longo da borda da
região e, portanto, em uma dimensão a menos.
Mais importante
ainda, os pesquisadores explicam que nesta descrição alternativa
(chamada holográfica), a gravidade não aparece explicitamente. Em outras
palavras, o princípio holográfico nos permite descrever a gravidade
usando uma linguagem que não contém a gravidade, evitando assim o atrito
com a mecânica quântica.
Confuso? Pode parecer que sim, mas na
verdade não é. O que Benini e Milan fizeram é aplicar a teoria do
princípio holográfico aos buracos negros. Dessa maneira, suas
misteriosas propriedades termodinâmicas se tornaram mais compreensíveis:
concentrando-se em prever que esses corpos tenham alta entropia e
examinando-os em termos de mecânica quântica, o que nos permite
descrevê-los como um holograma: eles têm duas dimensões, nas quais a
gravidade desaparece, mas reproduzem um objeto em três dimensões.
Mas tem mais. Muito mais.
Segundo
os autores dos novos estudos, este é apenas o primeiro passo para uma
compreensão mais profunda desses corpos cósmicos e das propriedades que
os caracterizam quando a mecânica quântica se cruza com a relatividade
geral.
https://www.ovnihoje.com/2020/06/07/buracos-negros-e-hologramas-nova-teoria-muda-nossa-compreensao-do-universo/
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